PUB
Paula Carloto
paulacarloto@entroncamentoonline.pt

Foi em fevereiro de 2001 que se deu início ao procedimento de revisão do Plano Diretor Municipal do Entroncamento, considerando que o mesmo se encontrava desajustado e desenquadrado da realidade.

Vinte e dois anos depois ainda andamos a analisar o que será o PDM e ainda estamos para ver se conseguimos, desta vez, aproveitar a oportunidade para efetuar uma análise critica e responsável sobre o que queremos para a cidade.

PUB

Vivemos durante várias décadas a ilusão de liderança do Entroncamento face aos concelhos vizinhos, baseando essa perceção de crescimento urbano, atratividade e desenvolvimento e no aumento da oferta imobiliária facilitada.

Pagamos hoje o preço dessa falta de planeamento e coerência.

Temos uma cidade dividida por uma ferrovia que não cuidámos de envolver no ambiente urbano, temos problemas de deslocação viária, pois não existe uma rede de vias estruturada e hierarquizada e, em suma, vivemos numa cidade onde as áreas industriais, desportivas e residenciais se sobrepõem e confundem.

E tudo porque sempre tivemos um regulamento do plano pouco descritivo e detalhado, vago ou mesmo omisso em matérias fundamentais e a permitir inúmeras exceções, o que foi um campo fértil para as interpretações casuísticas e discricionárias dos sucessivos executivos camarários.

E que regulamento estamos prontos para apreciar agora? Será que vai ser mais detalhado e restritivo? Será que vai, pelo menos no que ainda for possível, contribuir para uma cidade urbanisticamente mais planeada e socialmente mais inclusiva?

Entre outros, o que vai ser considerado no âmbito dos empreendimentos estratégicos e projetos estruturantes? E que definição vamos ter para os espaços a requalificar? Como vão ficar os regimes de edificabilidade e de espaços verdes? E os alinhamentos em frentes urbanas?

No âmbito da consulta pública, foram dados os contributos. Vamos ver o que foi acolhido e que documento vai agora ser apresentado.

Uma coisa é certa: esta é a última oportunidade da cidade para conformar soluções que minimizem os danos já produzidos e para definir, com rigor, um quadro de gestão territorial que responda aos anseios e desafios da vida das pessoas no século XXI.

Aguardamos!

 

PUB