Às vezes na política local e regional há uns sinais positivos, e conjuntos, de cooperação e ambição dos autarcas, que devemos valorizar.
É o que, parece, se passa com o projeto do novo aeroporto para Santarém apresentado em 11 de abril no espaço secular do Convento de S. Francisco em Santarém que, transversalmente, evidenciou unir vários intervenientes, de várias regiões e de vários quadrantes políticos.
O grande mote do projeto é, para além do evidente interesse do País, a coesão territorial enquanto objetivo determinante no desenvolvimento das regiões. Isto, para além das já conhecidas e propaladas vantagens do projeto, designadamente a relevante robustez do ponto de vista da sustentabilidade, nas suas perspetivas ambiental social e económica, marcada por uma escrutinada localização geográfica, financiamento privado e sem necessidade de utilização de dinheiros públicos imediatos, pela existência de acessos rodoviários e ferroviários,.
Estiveram presentes muitos autarcas, empresários e dirigentes todos motivados por um impulso conciliador de objetivos e estimulador de oportunidades, mas no fim o acordo de cooperação intermunicipal foi assinado apenas entre os municípios de Santarém, Golegã, Alcanena e Torres Novas, contíguos territorialmente à zona de implantação projetada.
Fica o repto às comunidades intermunicipais, aglutinadoras das atribuições em matéria de promoção do planeamento e da gestão da estratégia de desenvolvimento económico, social e ambiental do território abrangido, para que robusteçam este projeto e adiram a um mais alargado entendimento que associe ao aeroporto projetado o desenvolvimento económico associado às novas indústrias não poluentes, às rotas turísticas regionais e que no fundo ajude a melhorar os índices demográficos e a contrariar a desertificação.
E muito especialmente o apelo dirige-se à Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, cuja presidente, verdade seja dita, manifestou publicamente a sua adesão ao projeto. Toda a região deve estar expressamente unida em torno do projeto do novo aeroporto em Santarém não só enquanto relevante infraestrutura nacional, mas também enquanto motor potencialmente impulsionador das reformas regionais e locais há muito necessárias.
Por exemplo, para o Entroncamento, pode ser uma oportunidade única para valorizar a ferrovia e a tão esquecida estação de caminhos de ferro da cidade. Fica a sugestão.