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Paula Carloto
paulacarloto@entroncamentoonline.pt

A vida política tem destas coisas!

Quando achamos que não temos de nos preocupar com os outros nem estabelecer consensos com ninguém, porque uma qualquer traquitana nos salva sempre, eis que a surpresa nos bate à porta.

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De repente, é preciso afinal apelar à oposição e estabelecer pontes e consensos para garantir os financiamentos a fundo perdido e a juros bonificados o que, no caso do Entroncamento, representa muitos milhões de euros.

E aí, começa no fim, o que devia ser no princípio. Realizam-se reuniões, explicam-se os processos e apela-se à compreensão e ao bom senso. Sobrevaloriza-se o dinheiro em detrimento da qualidade das opções tomadas e desvalorizam-se as noções sobre o que interessa à cidade e ao povo do Entroncamento. Parece que todos têm agora a obrigação de aprovar, o que quer que seja, para não perder o dinheiro! É o que está a acontecer com a Estratégia Local de Habitação (ELH).

Mas vamos lá ver se nos entendemos. Um investimento pode ser bom ou mau, independentemente de quem garante o financiamento e do seu montante!

O que interessa aferir face à ELH, é se a mesma, enquanto instrumento de planeamento, cumpre com o interesse da cidade e está efetivamente estruturada de forma a assegurar o acesso a uma habitação digna às famílias mais vulneráveis e a melhorar a atratividade global do Entroncamento, como são alguns dos seus objetivos.

Ora o que está para decidir não assegura nada disso.

Como está projetada a ELH, não responde à vulnerabilidade social da cidade, não gera expetativas positivas para o futuro e pode até potenciar um sentimento globalmente enviesado, face aos desafios sociais de uma urbe em permanente expansão multicultural.

Neste enquadramento, sobretudo, temos a obrigação de fazer bem feito e basear todas as opções em estudos sociológicos aprofundados, que contribuam para a conciliação e a paz social.

E enquanto nada disto acontece, assim se encontra a estratégia local de habitação do Entroncamento: entre redundâncias e contradições, PARADA.

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