Por razões que se prendem com os meus trabalhos e as minhas pesquisas, fui à procura do nome de um médico, nas listas do MUD, Movimento de Unidade Democrática nascido em 1945, devido a circunstâncias que serão explicadas mais adiante.
Foi um trabalho árduo, que exigiu tempo e paciência, porque o acervo disponível online (Casa Comum, Fundação Mário Soares, Coleção Ricon Peres) consta de sete pastas com 2.650 listas e um total de 57.131 assinaturas, grande parte delas de residentes no distrito de Lisboa. Dispus-me, pois, a percorrer lista a lista, onde constam o nome dos subscritores, a sua profissão e residência. E foi com esse objetivo que eu fui lendo, atenta apenas à pessoa que procurava e à profissão de médico, quando um nome conhecido, que não era o que tinha em mente, se perfilou sob os meus olhos. Impossível ignorar!
Ali estava a assinatura de Ablio da Silva Estudante, então estudante de Veterinária, e que foi meu colega, uns bons anos depois, na Escola Dr. Ruy d’Andrade. Esta descoberta entusiasmou-me.
Pouco adiante, foi a palavra Entroncamento que me chamou a atenção. Foi a partir desta segunda descoberta que os olhos se aguçaram para os ferroviários e para nomes conhecidos.
Entre os ferroviários encontrados, três deles eram moradores na rua Elias Garcia, aquela onde eu nasci e cresci. Só um dos nomes me pareceu familiar. O facto de terem assinado uma lista de Lisboa mostra que havia grande contacto dos ferroviários entre si. E as surpresas não ficaram só pelo Entroncamento, porque encontrei cinco pessoas da minha família, entre elas o meu avô materno.
E chegados a este ponto, é a altura de explicar o que era o MUD, e porque surgiu.
1945 foi o ano do fim da Segunda Guerra Mundial, que começara em 1 de setembro de 1939, com a invasão da Polónia pela Alemanha. Nesse dia do começo, Salazar reuniu separadamente com o ministro da Alemanha e o embaixador de Inglaterra, após o que emitiu para a imprensa o seguinte comunicado:
“Os deveres da nossa aliança com a Inglaterra, que não queremos eximir-nos a confirmar em momento tão grave, não nos obrigam a abandonar nesta emergência a situação de neutralidade. O Governo considerará como o mais alto serviço ou a maior graça da Providência poder manter a paz para o povo português e espera que nem os interesses do País, nem a sua dignidade, nem as suas obrigações lhe imponham comprometê-la.”
Às 2 horas e 41 minutos do dia 8 de maio de 1945, terminou a guerra, pela capitulação incondicional da Alemanha às forças aliadas.
Em Portugal, que se mantivera neutro, é dissolvida a Assembleia Nacional e são marcadas eleições para o dia 18 de novembro, desse ano, sobre as quais Salazar afirmou que seriam tão livres como na livre Inglaterra, com listas independentes e liberdade de imprensa, tendo o Governo promulgado uma amnistia.
Foi na sequência destes acontecimentos, que um grupo de democratas pediu autorização para se reunir no Centro Escolar Republicano Almirante Reis, a fim de analisar o momento político e a nova lei eleitoral, e decidir do seu concurso às eleições. Esses elementos que ali se reuniram, formaram a primeira Comissão Central do MUD, Movimento de Unidade Democrática.
Dessa reunião resultou um relatório, em que se pediam o adiamento das eleições por seis meses; autorização para a criação de partidos ou organismos políticos; garantias de liberdade individual, de reunião e de expressão; imprensa livre; e outras liberdades e garantias. O que se pretendia era construir a oposição na legalidade e proporcionar um debate público sobre as eleições.
Formaram-se comissões, recolheram-se assinaturas, e o Movimento estendeu-se à província. Muitas das listas eram encimadas pela frase:
“Os abaixo-assinados declaram dar o seu completo acordo às decisões tomadas na reunião do Centro Escolar Republicano Almirante Reis, no dia 8 de outubro de 1945.”
Todas as classes sociais aparecem nas listas, desde antigos ministros, professores, incluindo universitários, médicos, advogados, engenheiros, arquitetos, artistas, atores, escritores, editores, grande número de jornalistas dos jornais República, Diário de Lisboa, Diário de Notícias e Diário Popular, estudantes, funcionários públicos e do comércio, escriturários, operários, milhares deles de todos os ofícios, muitos ferroviários, muitas mulheres, quer as que tinham profissões, quer as denominadas domésticas. Entre as conhecidas, Maria Lamas, escritora, jornalista, defensora dos direitos das mulheres, que fez parte da Comissão Central; Cesina Bermudes, a segundo médica doutorada em Portugal, e introdutora do parto sem dor, ativista política que se dedicou a atender parturientes do PCP na clandestinidade; Maria Barroso, então estudante universitária; e Manuela de Azevedo, jornalista, que virá, mais tarde, a fundar a Associação Casa-Memória de Camões, em Constância. Mas estas, não nos admira que tivessem assinado as listas; o que causa admiração são as centenas de mulheres anónimas, num tempo em que não era usual, nem bem visto, as mulheres tomarem posições públicas.
Entre os homens, uma das surpresas é José Hermano Saraiva, então professor no Liceu Passos Manuel, figura que foi, depois, muito ligada ao regime de Salazar, e que nós bem conhecemos da televisão, como historiador.
O Governo rejeitou as pretensões do MUD, que inspirado pelo grande apoio popular, resolveu apresentar um recurso ao Supremo Tribunal Administrativo, com o intuito de impugnar a data das eleições.
Tentando conter a grande expansão do Movimento, ou, pelo menos, minar-lhe as resistências, o Ministério do Interior pediu as listas, para verificar a legalidade delas, diziam eles, isto é, se havia nomes repetidos ou assinaturas falsas. A constituição das listas fora legal, porque ocorreu durante o período eleitoral, mas a sua dimensão deve ter surpreendido Salazar.
O que aconteceu foi que a PIDE copiou as listas integralmente, em cada uma sublinhou as pessoas a vigiar, a lápis vermelho ou azul, os médicos, os advogados, arquitetos, engenheiros, professores do ensino oficial, artistas, intelectuais, jornalistas, militares no ativo ou aposentados, que são muitos, esses são todos sublinhados, e muitos outros, como os desenhadores. Toda essa gente riscada a vermelho ou a azul ficou debaixo de mira, porque lá constavam não só os seus nomes, mas também as profissões e residências.
Em 7 de outubro de 1945, o Diário de Lisboa informara em grande título, na página central, que o chefe do Governo anunciara liberdade de imprensa. E abria uma das colunas com esta informação:
“O Governo julga, no entanto, essencial à dignidade da sua própria situação que existam de direito e de facto as condições de seriedade, de segurança e liberdade correspondentes às magnitudes destes atos.”
Na América, o Diário de Notícias de 15 de outubro de 1945, que se publicava em New Bedford para os emigrantes portugueses, anunciava na 1.ª página: “A imprensa portuguesa já pode criticar a obra do Presidente do Conselho”, mas logo a seguir, no mesmo jornal, dado que as notícias iam chegando umas após outras, informa que, afinal,
Salazar repusera a censura, e que os párocos pediram nas missas: “Esperamos que voteis pelo partido que apoia o Governo que manteve os direitos da Igreja.”
Os acontecimentos subsequentes mostraram que aquela abertura do Governo a eleições livres era uma espécie de trompe-l’oeil para as democracias que tinham participado na guerra e davam o seu apoio a Salazar, e o MUD resolveu não participar nas eleições. Posteriormente foi ilegalizado, mas continuou na clandestinidade.
Contudo, se aparentemente Salazar dominou a situação, o desconforto causado por estas iniciativas foi acentuado na imprensa inglesa conservadora, nomeadamente no jornal “The Observer”, de 11 de novembro de 1945:
“Terão lugar no próximo Domingo as eleições para uma Assembleia Nacional em Portugal.
O resultado é uma conclusão de antemão conhecida, desde que a oposição se retirou, depois da recusa de Salazar para considerar o adiamento pedido.
Mas isto não poderá curar a profunda ferida moral que o ditador sofreu durante a campanha eleitoral.
Ou porque ele se julgava mais popular entre os seus compatriotas do que realmente era, ou então para guardar a aparência internacional – o Dr. Salazar garantiu certas liberdades de expressão durante a campanha.
Um dos seus partidários declarou que as eleições seriam para inglês ver (for the English to see).
Não obstante, a limitada liberdade foi suficiente para revelar a extensão da oposição a este regime.
Praticamente o total de intelectuais, a classe média, os trabalhadores e a maioria da imprensa portuguesa têm declarado inequivocamente a sua oposição.
As manifestações políticas da oposição pelo país têm sido efetuadas com notável vigor, moderação e ordem.
A posição do Dr. Salazar parece tão fraca que a hierarquia católica portuguesa achou necessário – apesar da retirada da oposição – exortar o povo para ir às eleições.” (Tradução de artigo publicado no jornal inglês The Observer de 11 de novembro de 1945, Espólio de Pinto Quartin, Arquivo de História Social)
Fernando Dacosta, jornalista, entendeu esta abertura do regime de outro modo. Para ele, foi uma armadilha pensada por Salazar, não destinada ao estrangeiro, mas aos cidadãos nacionais.
“O isco funciona. O regime passa a conhecer os seus novos inimigos. A polícia atualiza os ficheiros. Os senhores da situação correm, uma vez mais, assustados, reverentes, para o seu chefe.
A repressão dispara: no funcionalismo, no ensino, na justiça, na Igreja, na administração, na imprensa, nas empresas, nas fábricas, nos campos. A esquerda não desmobiliza, porém. Levantamentos, greves, rebeliões, golpes, sucedem-se em cadeia.” (Fernando Dacosta, Máscaras de Salazar, p. 83)
Procurando pela imprensa vizinha alguma notícia elucidativa das movimentações da oposição na nossa região, uma vez que o Entroncamento não tinha qualquer órgão de informação, em 1945, no jornal O Almonda, de Torres Novas, de 20 de outubro de 1945, encontrei uma pequena notícia. E fiquei a saber que alguns torrejanos tinham ido a Santarém, de carro, “à reunião dos democratas, como se intitula a oposição ao Governo”, e que o operário fora de comboio.
E um comentário sobre as listas:
“Vai por aí grande azáfama masculina e… até feminina em busca de assinaturas a pedir… liberdade!
A maneira como algumas foram apanhadas mostra bem o conceito de liberdade de tais angariadores!…”
O Almonda era um jornal afeto ao regime e à Igreja.
O Diário de Notícias americano, que não estava sujeito à censura, não se coibiu de fazer as suas apreciações:
“(…) O povo português, apesar das tiranias, das opressões, mantém-se firme apoiando o Movimento de Unidade Democrática, como a maneira de resolver o grave problema político português sem derramamento de sangue, nem guerras civis, as quais procura evitar de maneira disciplinada, ordeira, mas firme e intransigente.
Os milhares de operários dos estaleiros navais, dos arsenais da Marinha, telegrafaram ao Ministro da Marinha comunicando-lhe a sua adesão ao Movimento de Unidade Democrática, reunindo-se assim aos operários de todo o país, aos ferroviários e a tantos outros trabalhadores.
As paredes de Lisboa e das principais cidades do país estão cheias de grandes cartazes de propaganda fascista, tal como se observou na Alemanha Hitleriana, e na Itália de Mussolini. (…) Diário de Notícias, 5 de dezembro de 1945, New Bedford, Massachussets
No Entroncamento, o que de mais notável aconteceu, por esses dias, foi a criação do concelho. As eleições tinham decorrido em 18 de novembro, e a promulgação do decreto de criação do concelho foi em 24 de novembro.
De certa maneira, não surpreendeu. Desde 1933, que José Duarte Coelho, o presidente da Junta de Freguesia, batalhava pela independência administrativa do Entroncamento, agitando de vez em quando o papão do comunismo, para conseguir benefícios para a terra. E antes das eleições, o Governador Civil e a Junta de Província do Ribatejo tinham-se pronunciado a favor da criação do concelho.
A criação do concelho do Entroncamento não é só o culminar de anos de esforços, de cartas ao Governo e de cunhas aos proeminentes da governação. Ela parece ser, também, uma “prenda” do Governo, pela militância empenhada de José Duarte, numa terra em que havia cerca de 2.000 operários e mais 500 empregados afetos à estação, aos serviços de escritório e de comboios, 2.500 ferroviários, mais ou menos, dos quais uma parte tinha assinado as listas.
José Duarte Coelho não era homem de discursos, falava quando era necessário, e pouco, gostava de trabalhar e mostrar obra. Quando ele escreveu, num dos seus memoriais para o Governo, em 1933, as palavras que se seguem, não se estava a servir de uma artimanha:
“Sabemos que se vão fazer eleições e por isso, Ex.mo Sr., muito lealmente como é nosso dever, tanto mais que somos soldados disciplinados da ditadura, vimos informar V. Excelência do descontentamento manifesto desta gente e, assim, portanto, um ambiente desfavorável ao ato a que se vai proceder.”
Vindo para o Entroncamento em 1911, para a Via e Obras, da CP, José Duarte assistira às greves dos anarcossindicalistas, conhecera pessoalmente os republicanos, e destes, os que eram conotados com o reviralho, sabia do ambiente nas oficinas, e como presidente da Junta de Freguesia deveria também conhecer os que eram considerados subversivos pela PIDE. É claro que havia descontentamento.
Não encontrei ainda a data de criação do Posto de Vigilância da PIDE, no Entroncamento, estes serviços criavam-se sem estrondo nem inaugurações, no maior secretismo e envolvidos em correios confidenciais.
A PIDE foi criada em 1945, o ano das listas do MUD, mas os postos de vigilância já existiam desde 1935, ao serviço da polícia política, que era então a PVDE. E antes disso, existia a PIP, Polícia Internacional Portuguesa, que também era uma polícia política, e à qual pertenceu o famoso jogador do Casa Pia, António Roquete. Em 1932, a imprensa chegara a noticiar que Roquete viria chefiar um posto da PIP, no Entroncamento, mas ficou só pela notícia.
As listas do MUD foram organizadas por comissões distritais, mas aos ferroviários do Entroncamento eram acessíveis as listas de Lisboa, pelo contacto frequente dos ferroviários entre si, e pela facilidade de transporte, uma vez que tinham passe da CP. E efetivamente, nessas listas de Lisboa, aparecem nomes de ferroviários, muitos de Lisboa, das diversas linhas que ali afluem, mas também do Entroncamento e de terras vizinhas, de localidades ao longo da linha do Norte, e de estações alentejanas e algarvias.
Nas listas do MUD consultáveis na página online da Fundação Mário Soares e Maria Barroso, fui encontrando nomes do Entroncamento, por vezes isolados, outras vezes em grupos de ferroviários de outras terras, e até um marítimo da Barquinha e um comerciante da Meia Via, que integrei na lista dos nomes do Entroncamento, porque Entroncamento, Barquinha e Meia Via, ao longo da sua história, estiveram ligados, quanto mais não fosse, pela vizinhança geográfica que permanece, mas houve outras ligações. E tão relevante essa vizinhança, que o comerciante da Meia Via escreveu, Meia Via – Entroncamento.
É provável que residentes locais não ferroviários tenham assinado outras listas, nomeadamente as de Torres Novas, uma vez que o jornal O Almonda refere que houve recolha de assinaturas.
Os nomes encontrados nas listas do MUD vão indicados pela ordem com que a PIDE numerou as ditas listas.
É uma homenagem a todos os que tiveram a coragem de lutar por algo que achavam importante para o País e para si próprios, conscientes, certamente, dos riscos que corriam, ainda que numa situação legal. Fica o testemunho.
Lista 195 (Pasta 10390) – Abílio da Silva Estudante, estudante de Medicina Veterinária (são muitos os estudantes de Veterinária, nesta lista, mas só 4 estão sublinhados, Abílio é um deles, provavelmente devido a ser neto de um republicano conhecido). Lista 219 (Pasta 10390) – Agostinho Teixeira, ferroviário, Rua Sommer, Entroncamento. - Manuel Duque Antunes, ferroviário, Rua Quinta da Capela, Entroncamento. - José Amaro, ferroviário, Entroncamento. - Joaquim Duarte Churro, ferroviário, Entroncamento. Lista 1036 (Pasta 10392) – Américo Coelho, ferroviário, Rua Elias Garcia, Bairro Novo, Entroncamento. Lista 1082 (pasta 10392) – Albino da Conceição, Rua Elias Garcia, Entroncamento. Lista 1107 (Pasta 10392) – António Correia, ferroviário, Rua Elias Garcia, Entroncamento. Lista 1154 (Pasta 10392) – Manuel Chorão Nunes, ferroviário, Entroncamento. Lista 1377 (Pasta 10393) – Augusto Conde, Entroncamento, Ponte da Pedra. Lista 1378 (Pasta 10393) – João Gonçalves da Silva, reformado, Rua da Capela, Entroncamento. Lista 1646 (Pasta 10394) – António Maurício Rosa, ferroviário, Estação do Entroncamento. Lista 1723 (Pasta 10394) – José Ferreira, serralheiro, Rua Bairro Morgado, Entroncamento Lista 2165 (Pasta 10395) – Júlio Batista, ferroviário, Rua 1.º de Dezembro, Entroncamento. Listas 2166 e 2166 verso (Pasta 10395) – Laurindo de Azevedo, ferroviário, Moita do Norte (Entroncamento). - Ernesto Lopes Antunes, ferroviário, Árgea (Entroncamento). - Luís Martins Maia, ferroviário, Entroncamento. - João Henrique, ferroviário, Meia Via (Entroncamento). - Pedro Gonçalves, ferroviário, Entroncamento. - Aníbal Grilo, trabalhador, Entroncamento, Bairro Novo. - João F. Cardigos, ferroviário, Entroncamento. - José Simão, ferroviário, Entroncamento. - Manuel Coelho, maquinista de 2.ª, Entroncamento. - José Lopes Caldeira, Entroncamento, ferroviário, Rua da Capela. - António Rosa, ferroviário, Entroncamento, Bairro Morgado. - Francisco Mota, ferroviário, Entroncamento, Rua 5 de Outubro. - Augusto Tavares Amorim, Entroncamento, Rua 1.º de Dezembro. Lista 2167 v. (Pasta 10395) - José Luís Ferreira de Jesus, ferroviário, Entroncamento, Bairro Morgado. - Guilherme Lopes (?), ferroviário, Entroncamento, Barroca. - Joaquim António Pereira, ferroviário, Entroncamento. Lista 2193 v. (Pasta 10395) - Alfredo Neves da Costa, comerciante, Meia Via – Entroncamento. Lista 2230 (Pasta 10395) – Manuel Nogueira, marítimo, Barquinha. Lista 2238 v. (Pasta 10395) - Manuel Sirgado, serralheiro, Entroncamento. Lista 2357 v. (Pasta 10395) – Felismino d’Oliveira Mendes, ferroviário, Entroncamento. - António S.ª Moreira, ferroviário, Entroncamento. Lista 2398 (Pasta 10395) – João Barata Dão, trabalhador, Barquinha.