
“É com profundo lamento com que leio esta crónica.”
Assim começa o direito de resposta do vereador Carlos Amaro ao artigo por mim escrito sobre a destruição do Jardim de Infância Sophia de Mello Breyner Andresen. Francamente, Carlos. Começar um texto a lamentar-se do que o próprio escreveu? Não quereria antes dizer que lamentava o que leu? Pois, cada um é para o que nasce…
Depois prossegue: “A discussão política e o confronto de ideias são sempre importantes para o exercício pleno da Democracia, contudo o exercício de cargos públicos deve representar o espírito de missão que nos foi confiado.” Ora, se bem percebi, é a favor do confronto de ideias, desde que as suas ideias não sejam confrontadas. É isso? Diz também que tem uma missão… Eu também tenho uma missão que é confiada a todos os eleitores: avaliarem os eleitos e foi isso que eu fiz!
“Não estou disponível para a mentira, a difamação e prestações de serviços de política de baixo nível, partilhando aqui um sentimento de vergonha alheia.” Este parágrafo, confesso que não percebi, porque nada disso está no artigo a que suponho referir-se. “Vergonha alheia”? Onde é que foi copiar isso? Estaremos a falar da mesma coisa??
“Assim, e porque fui citado na minha pessoa, em termos ofensivos, falsos e porque não me abstenho da defesa da minha dignidade e do meu bom nome, informo que intentarei queixa no Ministério Público contra V. Exa, a expensas próprias, pela calúnia e difamação que adveio da crónica publicada.” A leitura é enriquecedora e ajuda-nos bastante com o vocabulário. Neste caso concreto, aprendi uma nova expressão: “(…) fui citado na minha pessoa (…). Estamos sempre a aprender! Este parágrafo também me faz lembrar uma publicação no Facebook que passo a citar:” O PSD na pessoa do vereador à época vem agora dizer que não tem conhecimentos de engenharia. Aceito… face aos últimos artigos de opinião, percebe-se a limitação dos seus conhecimentos.” Sabe de quem é esta frase? Caso não se lembre, é da sua autoria e, nela, para além do PSD não ter rigorosamente nada a ver com este assunto, ainda me chama limitado. Então e agora, quem se deve sentir indignado? Não se esqueça que também me está a acusar de o caluniar e difamar, quando nada disso se encontra no referido texto, para além de me chamar mentiroso! Isto de ser lobo em pele de cordeiro nem sempre resulta, sabe? Se calhar, poderei ser eu a fazer queixa de si no Ministério Público. Era engraçado, não era?