Quando surgiu a polémica sobre o atraso de 8 meses na aquisição de computadores para as escolas, e ao ser interpelado sobre essa situação, Tiago Brandão Rodrigues, Ministro da Educação, afirmou taxativamente que era mentira, que tudo decorrera normalmente e que esse atraso seria uma invenção jornalística. Referiu, ainda que outros países também tinham solicitado computadores e que a procura era maior que a oferta.
À semelhança do que vai acontecendo com os membros do Governo, e com maior evidência para António Costa, Francisca Van Dunem e Eduardo Cabrita, também este Ministro mentiu descaradamente. Senão, vejamos: se formos à base de compras do Estado (Portal Base) veremos que após António Costa ter anunciado (a 9 de Abril) a aquisição de mais de 335 mil computadores a serem distribuídos no 2º período passaram mais de 3 meses! Só a 20 de Julho houve a resolução do Conselho de Ministros a autorizar a despesa. A Agência para a Modernização Administrativa deu parecer favorável 3 meses depois (12 de Outubro). A 16 desse mês o Ministro autorizou a abertura do procedimento e a 21, o Secretário de Estado aprovou “as peças e a nomeação do júri”. Quase 2 meses depois (11 de Dezembro) foi dada a decisão de adjudicação e aprovação da minuta e só no dia 31 de Dezembro os contratos foram assinados…
Como seria, então, possível que centenas de milhares de computadores fossem distribuídos, se a sua aquisição só se concluiu 4 dias antes do início do segundo período?
Este episódio é um de entre muitos que têm manchado este Governo, onde a mentira se tornou banal, desprestigiando (ainda mais) a classe política! A esperteza de achar que os portugueses são todos uns inaptos e que não percebem o que os rodeia tem que acabar e quem tão descaradamente insulta a inteligência dos portugueses tem que ser responsabilizado. Não estou a fazer um apelo a qualquer tipo de votação, mas temos que mostrar de forma mais veemente que não aceitamos a banalidade e o descaramento da mentira e, se é este tipo de pessoas que nos representa, deveremos mostrar que sentimos vergonha destes comportamos compulsivos de mentiras atrás de mentiras sem respeitar minimamente a nossa inteligência e capacidade de análise!
(O autor não escreve segundo o novo acordo ortográfico)