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João Fanha Vieira joao.vieira@entroncamentoonline.pt

Sr. Presidente, como bem se deve lembrar, o ainda candidato Jorge Faria convidou-me para fazer parte da Comissão de Honra. Estivemos a conversar durante algum tempo e acabei por aceitar fazer parte da respectiva lista.

Infelizmente, não via opções credíveis nos outros partidos e tive a esperança (sem partidarismos), que viesse uma lufada de ar fresco, pois o PSD apresentava-se desgastado e dividido.

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Entretanto, os tempos mudaram e as acções políticas foram mudando também e percebi que tinha cometido um erro político ao apoiar Jorge Faria. Faço-o com a humildade de quem reconhece os seus erros e, por essa via, tentar corrigi-los.

Se é verdade que foi equilibrando as contas da Câmara, também o fez com um desinvestimento brutal nos diversos serviços camarários, que vão das oficinas aos espaços verdes, aos transportes urbanos que andam presos por arames ou à limpeza da cidade.

Fui crítico e demonstrei-o publicamente no que diz respeito a diversas obras falhadas, como seja o espaço complementar ao Mercado Municipal, à colocação inacreditável de semáforos no “Largo do Santo António” ou com as árvores colocadas ao meio da ciclovia(?) da “Rua dos Quartéis”.

Mas conforme referi, neste momento o PSD já não é o que era há alguns anos atrás e tem outra vontade de mudar o rumo dos acontecimentos.

Esta vereação, liderada por Rui Madeira e apoiada por Rui Gonçalves e Anabela Carvalho sabe o que quer e a Câmara Municipal deixou de ser a “Quinta do Presidente”. O “quero, posso e mando” começou a ser combatido e controlado e o Presidente Jorge Faria mostra o que verdadeiramente é: não sabe dialogar, não sabe ouvir democraticamente o que outros partidos pensam e querem, de forma bastante agressiva, roçando a má educação, unicamente para impor o que pensa e nunca aceitando o contraditório.

Para não tornar o texto mais longo (ainda haveria tanto para dizer…), deixo aqui duas questões finais:

O Sr. Presidente não se deveria preocupar com a debandada/fuga dos diversos quadros (e muitos bastante competentes) da Autarquia? Este êxodo deve-se ao facto de não quererem trabalhar nesta Câmara! Eles saíram, e foram, ou querem ir para outras câmaras, mesmo que morem no Entroncamento! Esta razia é e será irreparável e as outras câmaras agradecem (embora não compreendam) tanta generosidade da parte da Câmara do Entroncamento!

O Sr. Presidente não deveria ser humilde (apesar de saber que este termo lhe é estranho) e falar a verdade aos munícipes sobre o Jardim de Infância Sophia de Mello Breyner Andresen?

Não deveria reconhecer que o edifício não tem quaisquer problemas estruturais, que durante oito(!) anos nada fez pela manutenção do mesmo e, talvez mal aconselhado, só se preocupou com a “segurança” do edifício durante as eleições autárquicas?

A vontade que prevalece é gastar milhões de euros a destruir um edifício com todas as condições estruturais e colocar outro por cima do existente!

As consequências para os alunos distribuídos pelas diversas escolas do concelho, com graves consequências a nível educativo, professoras/educadoras, encarregados de educação e assistentes operacionais, para nada interessam! O que importa é destruir o Jardim de Infância Sophia de Mello Breyner Andresen.

Finalmente, um conselho Sr. Presidente: vê-se perfeitamente que não domina este processo e que desconhece o que se passa dentro da sua “casa”. Aceite que errou, que foi precipitado ao anunciar a todo o país que o Jardim de Infância iria ser demolido, ou então que foi ou poderá estar a ser mal aconselhado!

HUMILDADE, precisa-se!

(O autor não escreve segundo o actual acordo ortográfico.)

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