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João Fanha Vieira joao.vieira@entroncamentoonline.pt

Entroncamento, Rua António Lucas (junto ao Mercado Municipal).

Já há vários anos que este espaço nevrálgico está completamente fora de controle por parte das nossas autoridades, quer sejam camarárias, quer sejam policiais.

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Uma parte desta artéria é (seria) pedonal, mostrado de forma inequívoca pela sinalização vertical, indicando que este espaço é de paragem e estacionamento proibidos. Esta e outras zonas foram criadas durante a governação local do PSD, cujo princípio era o de devolver uma parte da cidade aos peões, pois havia o sentimento de que as pessoas estavam completamente asfixiadas pela invasão automóvel.

Aos poucos, porém, este espaço foi começando a ser invadido pelos famigerados automóveis (às dezenas…) e pelos estacionamentos de horas incontáveis esquecendo-se, assim, o objectivo para o qual esta zona foi criada.

A essência desta via foi, pois, completamente desvalorizada e o seu princípio existencial foi esquecido em pouco tempo.

Agora, confrontamo-nos com dois problemas:

Primeiro – A Câmara deveria rever toda esta situação: ou mantém o princípio pelo qual esta zona é (seria) pedonal ou terá que, urgentemente, reconverter este espaço para a circulação automóvel e em estacionamentos ordenados, contrariando o caos que actualmente existe.

Segundo – A sinalética não é minimamente respeitada, fazendo desta zona um estacionamento com densa circulação de automóveis que a sinalização proíbe.

Desta forma, temos uma desautorização constantemente praticada por quem se desloca de automóvel…

“Afinal que mal é que tem? Vou ali e não demoro nada.”, pensarão os clientes dos estabelecimentos que ali perto existem. Nada a dizer…. Temos todos um pouco esta forma de estar e pensar, ou não fossemos nós latinos de pleno direito!

O que verdadeiramente acontece é que esta sinalética ou é alterada (pois quase obriga os cidadãos a desrespeitá-la), ou é mantida, obrigando as forças policiais a fazer respeitar a sinalização existente.

Embora concorde com a decisão inicial e que continuo a achar que deveria haver mais espaço para os peões poderem circular livremente, não vejo qualquer inconveniente no sentido de que esta situação seja revista, ponderada e devidamente actualizada, para o bem de todos os que aqui moram ou para quem tem aqui a sua vida comercial. Como escreveu Camões, “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades (…)”.

No entanto, e neste momento, um facto é certo: nada do que aqui se passa é correcto ou coerente, nem para moradores, nem para comerciantes e espanta-me “o assobiar para o lado” da Câmara para uma situação tão premente, ilegal e caótica como esta que já dura há anos!

Para terminar, um facto é certo: ou as autoridades tomam uma decisão coerente (nunca esquecendo os comerciantes!) ou continuamos numa cidade em que a autoridade é tudo… menos autoridade!

(O autor não escreve segundo o actual Acordo Ortográfico).

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