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João Fanha Vieira joao.vieira@entroncamentoonline.pt

Vive-se num mundo de faz-de-conta onde, publicamente, todos seguem o “politicamente correto” e mostram-se indignados quando alguém ataca um determinado tipo de comportamento/pensamento mas, “à boca pequena”, quando se está com pessoas de confiança, desabafa-se contra o que publicamente não se reprova ou que, para não parecer mal a terceiros, se aprova.

Um exemplo será a comunidade cigana, cada vez mais integrada na nossa sociedade e, por conseguinte, não se pode “assobiar para o lado” com se nada se estivesse a passar.

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É verdade que têm as suas tradições, têm hábitos próprios, uma cultura bem presente no seu dia-a-dia que, muitas vezes, choca com a nossa forma de estar.

Não será tempo de se tentar adequar esta forma de estar tão própria com a nossa? Porquê impor e não tentar adaptar a sua integração? Sabemos que as suas regras são diferentes das nossas então, porque é que se obrigam os ciganos a cumprirem as nossas formalidades? A sua cultura não desrespeita ninguém. Por que não adaptá-la à nossa realidade?

Com prurido, publicamente, chama-se “etnia”, como se “cigano” fosse uma palavra proibida. Mas, o que é mais curioso é que os ciganos têm orgulho nas suas origens e dizem, de peito cheio “Sou cigano!” Anda-se a fugir do quê? Não penso que seja positivo fugir-se a uma realidade cada vez mais presente!

Também, e de forma hipócrita, vem-se dizendo que todos temos os mesmos direitos mas, voltando “à boca pequena”, acha-se que os ciganos são uns abusadores do sistema.

Pode ser que tal aconteça, mas não foram os ciganos que criaram este sistema…

Pura e simplesmente, a legislação aprovada, se não me engano, durante o governo de António Guterres) e continuada pelos diversos governos, encaixa-se numa determinada forma de viver da comunidade cigana.

Eles são culpados de viverem dos subsídios e das ajudas o Estado lhes dá? Não! Obviamente que não! Fazem o que o sistema lhes diz e até aconselha a fazer!

Estarão a proceder mal, os ciganos? Em vários casos é verdade que abusam (ou tentam abusar) dos benefícios que têm, mas não podemos ignorar que os principais responsáveis são quem nos governou e governa, pelo simples facto de não filtrarem nem de controlarem toda esta questão no que a subsídios e apoios diz respeito, não tendo a ver, obviamente, só com este caso específico.

Os direitos são para todos, tal como os deveres, mas é o Estado quem tem que impor as leis!

Não competirá, com certeza, à comunidade cigana alterar o estado das coisas, uma vez que faz a sua vida seguindo as regras do jogo…

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