A 30POR1LINHA – Associação Sociocultural e Ambiental, o artigo “Projeto Rios no Almonda e Nabão” publicado no volume VI da revista Lucanus – Revista de Ambiente e Sociedade.
Neste trabalho é feito o balanço da participação da associação no Projeto Rios entre 2019 e 2022
A participação da 30POR1LINHA no Projeto Rios é enquadrada num projeto de ciência cidadã coordenado pela Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA). É um projeto que promove a participação cidadã na conservação dos espaços fluviais, procurando acompanhar os objetivos apresentados na Década da Educação das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e contribuir para a implementação da Carta da Terra e da Diretiva Quadro da Água. Esta participação consiste na adoção e monitorização de um troço de 500 m de rio, de modo a promover a sensibilização da sociedade civil para os problemas e a necessidade de proteção e valorização dos ecossistemas ribeirinhos.
Os objetivos da participação da 30POR1LINHA no Projeto Rios são conhecer melhor os ecossistemas fluviais da sua região de atuação no distrito de Santarém e realizar ações de sensibilização ambiental. Deste modo, pretende-se alertar e consciencializar as comunidades locais para a necessidade de proteger e salvaguardar os valores ambientais dos cursos de água.
As atividades têm decorrido em dois dos mais emblemáticos rios que atravessam a região do Médio Tejo, o Almonda e o Nabão, respetivamente, afluentes do Tejo e do Zêzere pertencentes à bacia hidrográfica do Tejo.
No rio Almonda o local de monitorização situa-se perto da foz do Almonda com o rio Tejo na localidade e freguesia de Azinhaga (Terra Natal do Prémio Nobel da Literatura José Saramago e inserida no perímetro da Reserva da Biosfera do Paul do Boquilobo) no concelho da Golegã. No rio Nabão, o local de monitorização situa-se no Sobreirinho localizado na União de freguesias de Além da Ribeira/Pedreira (pertencente ao sítio Sicó-Alvaiázere da rede Natura 2000) no concelho de Tomar.
Algumas das considerações finais do artigo a destacar, são:
No Almonda é altamente recomendável uma monitorização do teor de nitratos na água, uma vez que se encontra na zona Tejo classificada como vulnerável aos nitratos, assim como a implementação de um plano conjunto das diversas entidades competentes para a erradicação do jacinto-de-água.
No Nabão, o problema da poluição associada às descargas a montante é complexo, e arrasta-se há vários anos. Esta questão só será resolvida com a execução da rede de saneamento básico e com o bom funcionamento das estações de tratamento de águas residuais. As opções políticas deveriam considerar prioritárias a resolução dos problemas da qualidade da água e qualidade ecológica das linhas de água que constituem a bacia hidrográfica. Outro aspeto é a gestão do turismo que é complexa, pois a pressão é crescente, associada ao crescente trânsito automóvel e ao lixo no local, o que poderá acarretar alguns danos nos índices de qualidade ambientais.
Tanto o Almonda como o Nabão, apesar dos problemas mencionados, têm valores ecológicos importantes a preservar e certamente ainda muito para descobrir ou redescobrir. Se forem tomadas algumas medidas será certamente possível melhorar a qualidade destes dois rios.
Seguem os links para acesso ao volume VI da revista Lucanus e para o artigo:
https://www.researchgate.net/publication/370025773_PROjETO_RIOS_NO_ALMONDA_E_NABAO